segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ó, sim, pois é. É mesmo não é? Um dia, todos morremos.

Não imagino oque os que leram o título desse texto possam ter sentido. Entretanto todos nós sabemos que de algum modo ele nos diz respeito. Não tem como dizer que a nós essa palavra da qual, desde que nascemos, tentamos esquecer, não faz parte de nossos pensamentos. Essa é a única certeza com a qual nascemos e jamais duvidaremos: a de que um dia Ela, sim, a morte, teremos de enfrentar.

Talvez quem agora lê esteja pensando em por aqui parar, mas digo-lhes: continuem. Sei que esse é uma assunto do qual pouco queremos falar e tentamos esquecer. Contudo é justamente por isso, por não querer ler e sentir vontade de esquecer, é que peço que continuem a ler.

Fazemos um trabalho tão bem feito em tentar esquece-la que por muitas vezes passamos décadas sem nem se quer lembrarmos dela. É como se ela apenas aos outros, pobres mortais, pertencesse. Ledo engano.

Nem mesmo nas maravilhosas e surreais histórias contadas pela mitologia grega Acrísio conseguiu fugir do encontro com Ela e foi morto por seu neto. Nem Laio escapou de ser morto pelo filho, Édipo.

A verdade é uma só: A morte um dia virá ao nosso encontro.
Mas nem tudo é ruim, não. Ela nos dá o período de uma vida para nos acostumarmos com a idéia de encontra-la. O triste é que no meio do caminho, esquecemos de tal fato e passamos a viver o pouco tempo que temos antes do tal encontro de maneira irresponsável e até mesmo a desafiadora.

Esquecemos de falar, de demonstrar às pessoas que tanto amamos a profundidade de nossos sentimentos. Sim, pois se damos duro todos os dias no trabalho, pegamos horas de congestionamento diáriamente, quantas vezes nesse mesmo período de tempo expressamos nosso amor? Seria o suficiente?
Em algum momento de nossas curtas vidas esquecemos de nossa mortalidade e brincamos de ZEUS. Como quando Acrísio aprisiona sua filha ou Laio livra-se de seu filho sem pensar duas vezes  em  loucas tentativas de assim despistar o destino que a todos nós um dia nos cabe. 

Nesse louco estado de amnésia coletiva em que a grande maioria de nós vive, deixamos tantas coisas importantes de lado. Esquecemos de quem realmente somos e em muitos casos vivemos vidas de um personagem que sequer conhecemos.

Vivemos na louca procura de acumular posses, de TER, não importando oquê. Mas TER. Quando na verdade, no final, nada levaremos ao grande encontro.

Trabalhamos demais.
Amamos de menos.
Choramos demais.
Rimos de menos.
Brigamos demais.
Curtimos de menos.
Somos adultos demais.
Curtimos a infância de menos.
Nos preocupamos demais.
Nos ocupamos de menos.
Acumulamos ouro demais.
Juntamos momentos inesquecíveis de menos.

Contudo a verdade é aquela que lhes falei anteriormente, Ela vem. Não importa se lembramos disso ou não.

Então lhes proponho: lembremos Dela todos os dias para que isso nos faça menos prepotentes e não a desafiemos, para que não perdamos tempo com o que realmente não tem importância.
Lembremos Dela para que isso nos fortaleça e que quando nosso último suspiro dermos estejamos tão cheio de boas lembranças, de momentos inesquecíveis que todo o resto, até mesmo Ela nos pareça pequeno.
 O tempo não é marcado em horas, dias ou anos. Ele é marcado, feito de momentos.
Lembrar de nossa insignificancia diante da morte diariamente talvez nos faça, ao invés de viver no medo, viver mais intensamente ou talvez realmente viver. Talvez transforme os nossos sonhos e desejos em mundo melhor.

Façamos esses momentos. Amemos. Vivamos. Não esqueçamos!
Sejamos nós mesmos. Tiremos as máscaras dos personagens. Como diz o maravilhoso Charles Chaplin:

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos


----------------------------------------------------------

Vovó Hilda, a minha vida está cheia desses momentos inesquecíveis pelo simples fato que você estava lá. Obrigada. Perdoe-me por períodos de amnésia. Te amo.
Lana.M

3 comentários:

  1. Sabe Lana que eu acho mais difícil elaborar, no preparar e aceitar a morte dos outros do que a nossa própria morte!?
    Por isso levando um pouco as suas palavras para a terceira pessoa, devemos conduzir a nossa vida de forma que, no momento da perda, não temos nada por nos lamentar pois tudo foi dito, tudo foi feito, tudo foi demonstrado e vivido intensamente.
    Essa leveza de espírito não tem preço, é o que nos leva adiante...
    bjs
    Adriana

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. É isso aí Dri! Concordo 100% com vc! Minha avó está muito doente e tem Alzheimer. De certa forma há uma década já não está no mesmo mundo que o nosso, mas mesmo assim é difícil de aceitar. Me arrependo de, mesmo ela estando no estado em que está, de eu não ter continuado a dar a ateñção que sempre dei.
    Tudo, é uma palavra difícil de se alcançar uma vez que somos humanos. Mas talvez se fizermos nosso melhor, né?
    Tento nunca achar que os outros sabem o que estou sentindo.. Sempre DIGO e tento demonstrar.
    O problema é que nunca acho ter feito meu melhor.. será esse um problema meu? :( Aiaiai.. kkk ainda bem que tenho o blog para extravasar! (Já que não sou Claudia Leite para cantar..kkk)

    Beijo pra vc DRI!!!!

    ResponderExcluir

Compartilhe das SUAS sinapses!!! :)

Ao leitor (a)

Obrigada por prestigiar meu blog.

Leia também meus posts anteriores. Todos os textos encontram-se divididos entre os MARCADORES na coluna à direita!

Comente, opine. Adoraremos ouvir o que você tem a dizer! :)

Lana M.